Segundo Leonardo da Vinci, “Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.”.

De fato, devido à pandemia, crianças e adolescentes do mundo todo estão passando por um momento crítico quanto à aprendizagem. Tudo mudou drasticamente em pouco tempo e nessa mudança forçada do presencial para o digital, todos foram particularmente afetados, sejam alunos e professores. Para os que tinham mais condições financeiras, a migração para o digital aconteceu em meio a desafios, mas ocorreu de uma forma um pouco mais branda, enquanto para os que não tinham condições básicas de acesso, como um computador e internet, a migração virou fonte de frustração e exclusão, pois muitos se viram fora de uma rotina tão importante para seus desenvolvimentos intelectuais e sociais, o “fazer parte” do ambiente escolar.

Nesse sentido, não é necessário ser especialista em tendências pós-pandemia para imaginar o que está por vir. Teremos crianças e jovens menos preparados quanto às habilidades essenciais citadas na Base Nacional Comum Curricular e com baixa autoestima devido a diminuição do nível de conhecimentos básicos.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, dentre as 10 top habilidades do profissional de 2025, as primeiras do ranking são: pensamento crítico e inovação; aprendizagem ativa e estratégias de aprendizado e resolução de problemas complexos. Já dá para ver que essas habilidades exigem um desenvolvimento intelectual e comportamental diferenciado, capaz de tornar crianças e adolescentes em adultos cheios de curiosidade, com raciocínio lógico bem desenvolvido e com muita vontade de aprender.

O mundo e a leitura

Ainda salientando a importância da habilidade de aprendizagem ativa, e se “aprender, desaprender e reaprender” é o novo mantra, como podemos estimular crianças desde o início da vida a enxergar o aprendizado como algo leve, divertido e natural?

Sabemos que o mundo da leitura transforma qualquer ser humano independentemente da sua idade e para isso esse hábito deve ser construído por meio do estímulo da aprendizagem intencional e não apenas por necessidade. Como estamos falando de crianças e adolescentes, que ainda não tem capacidade cognitiva necessária para fazer escolhas conscientes, cabem aos pais e educadores estimular essa habilidade de uma forma mais inédita possível e com a leveza necessária.

Em outras palavras, o profissional do futuro precisará desenvolver seu pacote de habilidades, seja ele composto por habilidades técnicas (hard skills), habilidades socioemocionais ou comportamentais (soft skills) e ainda desenvolver habilidades digitais. Para isso, será preciso que os “novos adultos” possuam uma visão global sobre o mundo e sejam capazes de contemplar o belo e ter sede de conhecer e descobrir mais sobre as coisas que os rodeiam, pois assim, teremos profissionais capazes de ir em busca da resolução de problemas complexos e vivenciar uma vida de contribuição de acordo com suas habilidades e agir como eterno aprendiz.

Dicas para aprender a ler

Diante disso, seguem algumas dicas práticas de como estimular a leitura e o desejo de aprender de forma mais profunda, capacitando crianças e jovens para esse novo mercado. Confira as 6 dicas:

1. Em primeiro lugar, estimule crianças a aprender a ler constantemente, sejam por meio de livrinhos e histórias em quadrinhos;

2. Em segundo lugar, faça com que jovens e adolescentes leiam sobre de temas que sentem que possuem alguma conexão ou interesse real. Fazer com que aprendam coisas que não tem interesse algum fará com que a experiência de aprendizagem não seja bem-vista e feita apenas por obrigação;

3. É fundamental tornar consciente o processo de aprendizagem – deixe claro aos alunos que estão se desenvolvendo constantemente para que não se tornem adultos que acreditam que não aprenderam nada novo ao longo dos meses, por exemplo, por falta do reconhecimento;

4. Descubra e torne mais clara, a melhor forma que cada aluno possui para aprender, sejam por textos, por meio de pensamento visual, por vídeos ou por áudio. Isso fará com o processo seja mais personalizado e melhor absorvido, tornando mais fluido e leve;

5. Identifique verdadeiramente as áreas que cada um tem maior facilidade em aprender e as fortaleça diariamente. O mundo precisa de cabeças pensantes para resolver problemas complexos e para isso precisamos valorizar a diversidade de talentos e incluí-los de forma natural a sociedade;

6. Estimule crianças a conhecerem mais sobre o mundo, pelo estudo do meio ambiente, culturas e histórias, assim terão ainda mais ideia sobre o planeta ao qual fazem parte e se tornarão adultos muito mais conscientes e conectados com causas sociais, ambientais e necessidades humanitárias.

O cuidado de ser livre demais

São inúmeras as atuações que podemos fazer para que crianças e principalmente jovens se tornem mais livres, empáticos e autônomos para aprender. Lembre-se que grandes gênios da tecnologia, como Mark Zuckerberg, Fundador do Facebook, Steve Jobs da Apple e Bill Gates da Microsoft, começaram seus aprendizados e aplicações de
ideias de forma mais livre, sabendo que eram capazes de criar e desenvolver novas soluções.

Com receio de criarmos crianças e jovens “livres demais” estamos perdendo a oportunidade de acender suas melhores habilidades. Já sabemos que o modelo educacional padrão tem seus prós e contras, como tudo na vida, no entanto, para que possamos abrir espaços para a construção de sociedades e processos educacionais diferentes, precisaremos de profissionais mais atentos às mudanças.
“Aprender, desaprender e reaprender”, exigirá de todos nós um foco também no “desprender”, ação essa totalmente conectada com a habilidade do Lifelong learning (aprendizagem para a vida toda) que abrirá espaço essencial para desenvolver profissionais do futuro.